Assisti, duas vezes, essa peça musical em 1975 ou coisa parecida. O
elenco, tirando o Zé Rodrix, era outro em São Paulo.
A Janet era
interpretada pela Lucinha Turnbull, vocalista da Rita Lee, o Eduardo
Conde foi interpretado por outro ator canastrão da época que eu
não me lembro e Lucelia Santos, a baleira, também foi interpretada
por outra atriz.
Apesar dos meus
quinze anos, apesar da ditadura das elites brasileiras, havia uma
magia andrógina rondando nossas cabeças.
O fato de existir os
dois sexos numa mesma pessoa horrorizava mais do que a existência de
um Deus nos perseguindo durante nossos atos de quaisquer outras
contravenções bíblicas.
Era um jovem de
quinze anos e que adorava os desafios do meu corpo e do meu desejo.
Era um jovem aberto a novas descobertas corporais. Sentia a angústia
de pertencer a uma sociedade separada sob temas masculinos e
feminismo numa conversa caseira. Sentia falta de conteudo nas
conversas masculinas.
Até então meu
assunto era com Deus: o que eu posso ou o que não posso?
E Rock Horror Show,
mais o inebriante namorado juvenil, revelou esse acordo de
identidades de pessoas no mesmo corpo, assumindo vários desejos.
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