segunda-feira, 18 de agosto de 2014

O Modelo Positivista No Brasil


O Modelo Positivista No Brasil
Alfredo Bosi, Dialética Da Colonização – 1992 – Companhia das Letras.
Alfredo Bosi em seu livro “Dialética Da Colonização” organiza o pensamento oligárquico do Brasil, no final do século XIX, inicio do XX em três correntes:
            “A primeira enformou o conservadorismo das oligarquias do Segundo Império assentada nos engenhos nordestinos e fluminenses e, a partir dos anos de 1840, no café Val paraibano.”
            “A segunda chamou-se novo liberalismo (em oposição à anterior que também se dizia liberal) e lutou dos anos de 1860 aos 80, pela abolição e pela reforma eleitoral. Nem sempre fez a escolha republicana, defendendo às vezes e pela voz de seus melhores homens, a monarquia parlamentar (Nabuco, Rebouças, o primeiro Rui Barbosa) (...) o liberalismo oficial patinou em soluções puramente formais (...)
            “Enfim, a terceira vertente, positivista, conheceu duas saídas que afinal convergiam: o radicalismo jacobino¹, que passou dos cadetes florianistas² aos tenentes dos anos 20; e o republicanismo gaucho, o castilhismo-borgismo³ (...)
Este último, segundo Bosi, não compartilhava do Lassiez faire defendido pelos “liberais” conservadores, basicamente encabeçado pelos coronéis do café.
O positivismo gaucho achava que o estado era a única forma de regular os conflitos de interesse da burguesia e do trabalho, resultando numa relação de mais estabilidade política. É desse manancial que surge Getulio Vargas e seus pares, assim como a formatação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) em 1943, “e que com poucas mudanças ainda rege as relações legais entre o capital e o trabalho” (Bosi 1992) até hoje.
Bosi revela que, ao contrario dos historiadores, o salário mínimo proposto pelos gaúchos não foi copiado da doutrina Fascista italiana, que nos termos da Carta Del Lavoro estabelece que o salário deva ser resultado “all’ acordo delle parti nei contratti colettivi”(Declaração XII) (Bosi 1992).
¹Os Jacobinos faziam parte de uma organização política, na revolução francesa...
²Florentistas, “seguidores” de Floriano Peixoto...
³Julio de Castilho e Borges de Medeiros, membros do PRR (Partido Republicano Rio-grandense)