sexta-feira, 31 de agosto de 2012
O CORAJOSO ATRÁS DO
PODEROSO
É fácil ouvir ou ler dos cidadãos adeptos do antipetismo
coragem para agredir Lula, Zé Dirceu e outros membros como ladrões, formadores
de quadrilha, mensaleiros etc. Coisas que os antipetistas repetem com a
argumentação que a mídia “chapa branca” oferece no mais baixo nível possível.
Mas não só dessa contrainformação vivem esses cidadãos. São também encorajados
a repetir as palavras de seus superiores que afirmam as verdades mais preconceituosas
sobre os “esquerdistas, semianalfabetos, antiquados petistas”. Sem nenhuma
sustentação de fato. Apoiados apenas pelas autoridades que seus superiores
representam e o poder que a mídia “chapa branca” tem em forjar argumentações
baseadas em supostos depoimentos.
O método da contrainformação como forma de manipulação das
“massas” vem se desenvolvendo durante séculos junto à formação do pensamento
burguês. Essa fórmula se repete em toda América Latina e Caribe. Principalmente
após a segunda guerra mundial.
Da mesma forma que ouvimos os noticiários sobre o Oriente
Médio, desqualificando os países que não se alinharam aos “aliados”, ouvimos,
lemos e vemos imagens desqualificando os lideres latinos que não se alinham a
esse pensamento.
Com efeito, é mais agradável, elegante, intelectualmente
correto, seguir o pensamento de quem domina e, portanto de “quem conhece”, não
só a realidade brasileira, mas que já pode frequentar cidades desenvolvidas e
conhecem realidades mais “modernas” do que os filhos de “Zés Ninguém” cuja
oportunidade veio oportunamente através da ascensão política de seus membros.
Nossa cultura colonial nos obriga a enxergar nosso
semelhante assalariado com desconfiança, pois duvidamos da nossa capacidade de
gerenciamento desarticulado de uma aliança com as elites. Faz-me lembrar de como
alguns professores de história que tive no colégio que narravam as tentativas
de revolta de camponeses ou operários como algo desastroso. A própria história
da inconfidência mineira. A intentona comunista...
O que me mantem aceso é o fato de viver essa dialética
cotidiana concreta. Acredito que o convencimento pela opção socialista virá
vagarosamente através de pequenos avanços em qualidade de vida e ao longo do
tempo. Quem sabe anos, séculos...
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Futuro Proximo
De corpo presente, estava eu olhando meu corpo imóvel,
ouvindo-me falar sem ser respondido.
De olhos abertos, estava ausente dos meus jestos e presente
na espera...
De uma onda que eu cobrisse o passado e me arremessasse ao
futuro próximo...
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Não fui lunático, nem passei despercebido. Guardei as
desculpas para a próxima...
A culpa não é do signo, nem das estrelas. A culpa não é da
mãe ou do meio. Da religião ou da descrença. Das guerras, da miséria ou da
doença.
A culpa não é do Desvio de déficit de atenção. Nem muito
menos sua.
A culpa é dos outros, não minha.
A responsabilidade? Essa eu assumo.
Nossa! Essas fotos de Mogi me dão a nítida impressão do que fomos,
em instantâneos gravados. Talvez para quem não participasse dessa turma, nem
dessa época possa achar fotos de instantâneos de jovens do final da era
“flower-power” ; no início da re, re ,re
construção da democracia. Dessa vez popular!
Nessa época, todos, que eu me lembre, éramos de esquerda.
Havia até certo constrangimento de jovens que achavam confuso assumir posições
socialistas ou comunistas, pois pertenciam a famílias de classe média que lutavam
para pagar seus impostos, manter um nível de vida digna e patrocinando a nossa
vida estudantil, repleta de orgias físicas e intelectuais sobre nosso mundo
burguês.
Foi também nessa época que participamos diretamente da redemocratização
do Brasil. De alguma forma: participando de passeatas ou trabalhando duro em
escritórios alheios ou sonhando com terrenos repletos de casas construídas
pelos nossos projetos ou sonhamos descobrir a fórmula mágica da administração
pública e resolver os problemas da miséria, do analfabetismo, da falta de
atendimento médico...
Pelas fotos, lembro-me dos nossos corpos esguios e havidos
de pulsão de vida. Desafiando o espaço externo com nossos gritos de grandeza,
de justiça, de igualdade.
Nessa época, uma vez, eu disse à Hélia que eu não me
imaginava negando a preocupação da “luta” (segundo os integralistas
brasileiros: a luta de classes não existe. (NT) Pois eles já venceram) pela
igualdade social.
Participamos desse momento e todos tiveram oportunidade de
optar pelo “modelo” de vida que também é o modelo de que tipo de representante nós
queremos ver na televisão e falando em nosso nome!
Somos, hoje, senhoras e senhores, por volta de cinqüenta anos;
pessoas que se estabeleceram como cidadãos desse nosso planeta, além de transcender
o papel teatral/real de personagem filhos para personagem pais; de jovens para
adultos; de sonhadores para executores.
Somos hoje representantes da estética vigente no mundo
“globalizado” (ou escravos); somos, hoje, reprodutores do nosso destino para os
nossos filhos (adereços de escola de samba cujo tema é renovar); somos o
escândalo do nosso pensamento individual e egoísta. Ou não?
Pergunto-me: qual seria a minha urgência em acelerar o
processo de humanização do mundo?
Será o meu processo a formula de humanizar o mundo?
Putz!!!
Olha o efeito que causa meia dúzia de fotos antigas.
terça-feira, 21 de agosto de 2012
noite derramada
Na noite derramada existem seres que preferem a escuridão o
negro o sozinho a camada escondida pela toalha escura para poderem pensar, para
poderem existir.
O culto noturno aparece naturalmente e adia a vontade de
dormir.
Arianos
Arianos,
Só se sentem seguros
quando apostam nas sensações que eles arrancam dos outros. Mesmo que para isso
eles tenham que provocá-las.
Parece que a vida só tem
graça quando provocada. Eles parecem estar sempre colocando à prova o mundo que
os rodeia.
Parecem moleques rodeando
alguém, rodeando algum assunto, polemizando os gestos, expressando-se de forma
estabanada. Como um menino pedindo a atenção do grupo.
E eu, aqui, escrevendo
sobre todos os arianos; arianos que eu não conheço; portadores de um signo, de
características comuns a todos os arianos. Arianos que pertencem ao mesmo
grupo. Devidamente classificado como pessoas pertencentes a um período de
tempo; a uma parte das características desse tempo, a uma parte comum do comportamento
de cada ser diferente: homem x mulher, criança x adulto... Varias posições no
“acumulo de homens”: pobres x ricos, professores x alunos, mestres x
seguidores, policiais x criminosos, certos x errados...
Já estou eu polemizando a
personagem do zodíaco. Procurando a atenção dos outros; cutucando; como um
moleque rodeando a pessoa, o assunto, o objeto...
A indiferença te sentencia
Tiradas sujeitas às lembranças de orgulho;
Trapaças de satisfação; provar que o mundo é dos mais vivos;
Diferenças realçadas pela pele, pelo enredo, pela satisfação
de cultiva-las;
Da alma juvenil não trouxe nada!
A indiferença te sentencia; as igualdades têm repúdio.
E falar em repúdio aos políticos de raça inferior nos deixa
satisfeitos e nos livra dessa semelhanças humilhante;
E falar em política, nos deixa mais humanos e incapazes de
dessemelhanças com o grosso que nos assemelha;
Cumprimos então a promessa de nos retirarmos do quadro de
molduras arcaicas e nos posicionamos em molduras modernas;
Abraçados à intelectuais, jornalistas, que se concluem em
geometrias modernas, nos sentimos mais aliviados de opiniões contrárias...
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