domingo, 15 de junho de 2014


Há sim uma questão ideológica em discussão.
Estamos num mundo regido pela valoração da força de trabalho e a detenção dos meios de produção de um grupo pequeno de milionários que coordenam a miséria mundial em função de suas fortunas e seu poder. Como afirma o Professor Alysson Mascaro (2013), não há outra forma de troca, pelo assalariado, se não pela exploração da força do trabalho. Nem mesmo nos países dito comunistas. “Em modos de produção anteriores ao capitalismo não há uma separação estrutural entre aqueles que dominam economicamente e aqueles que dominam politicamente, de modo geral são as mesmas classes, grupos e indivíduo”.
Quando Alysson nos organiza o pensamento, entendemos que diferentemente, no capitalismo o grupo social detentora do poder econômico pode não estar representado diretamente no Estado, porém é sua sistêmica jurídica quem coordena e garantem a eterna hegemonia deste grupo.
É justamente essa razão ideológica que discutimos. Por esses motivos e a garantia de que essas crises cíclicas envolvendo capital e trabalho só acontecerão se houver um ambiente democrático, é que acredito que se possa estabelecer uma situação menos injusta entre as diferenças econômicas dos diferentes grupos.
Também podemos notar a semelhança entre a grandeza territorial Brasileira com a Estadunidense. Porém a organização social brasileira se difere fundamentalmente entre a razão “confederada” Estadunidense.
Portanto a burguesia poderosa economicamente, no Brasil, se vassala à época da colônia ao poder político/econômico da Corte Portuguesa que por sua vez sucumbi ao poder político/econômico inglês. Essa forma não muda quando “proclamamos a república”. Apenas trocamos da forma intermediária de avassalamento pela forma direta. Após o golpe que derrubou a família real portuguesa a oligarquia aqui formada torna-se submisso diretamente ao poder econômico central, agora não mais comandado pela Inglaterra e sim pelos EUA.
Agora, de forma contraditória, lemos verdadeiros tratados literários, afirmando que a situação econômica está pior que antes, quando eles mandavam, há 500 anos...
Não há equivoco em afirmar que um país continental como o Brasil com uma sociedade economicamente capaz e uma relação mais igualitária e socialmente justa, assusta qualquer “gerente de mercado” no mundo e qualquer detentor desses mercados. A pequena mudança alcançada nesse último decênio demonstra um poder de reação do mercado interno em relação ao domínio mundial, representada por essa elite “vira lata” que nunca trabalhou em condições igualitárias em relação ao enorme povo brasileiro, mas sempre garantiu seus status quo. Chamamos aqui de “um capitalismo sem riscos”. Garantidos pela instituição do Estado. Seja ele, o executivo, o legislativo ou o judiciário. Garantido, mesmo, pelos grupos que compõe a elite acadêmica.

Seria muita irresponsabilidade de minha parte aderir à grupos que pregam a inexistência de uma política séria de consequências positivas, já alcançada, no período Lula/Dilma/PT.