A copa do mundo é o oráculo das disputas entre países. Não
mais entre nações ou tribos. A copa do mundo é a disputa do mercado
patrocinando respostas a sua consagração, para sua legitimação. A reafirmação
da economia cultural da dominação através do empoderamento de um grupo,
dominado por um deus, por um ícone que resguarde seu inconsciente coletivo de
glória. Não mais através de seus atos, mas por defesa e gloria de outros que
nos representam, de alguma forma nos representam.
O Hino Nacional de todos, representados em gestos e cantados
pelas galeras em gritos. O Coliseu em gritos!
Atacantes de defensores do rei gol. O universo do poder
humano, não será mais representado pelos detentores diretos do poder. Serão
eleitos em comissões “impessoais” e representados por guerreiros do vigor e da
vontade de vencer as sub-raças ainda que misturadas entre nós.
Guerreiros que carregam cores e escudos; guerreiros que
pintam os rostos para a guerra.
Escudos são sustentados por mercados que carregam seu valor
amarrados a tecidos ou camisetas, carregados por guerreiros que representam
escudeiros do reino que os carrega e os carrega.