sexta-feira, 24 de agosto de 2012


Nossa! Essas fotos de Mogi me dão a nítida impressão do que fomos, em instantâneos gravados. Talvez para quem não participasse dessa turma, nem dessa época possa achar fotos de instantâneos de jovens do final da era “flower-power” ; no início da re, re ,re  construção da democracia. Dessa vez popular!
Nessa época, todos, que eu me lembre, éramos de esquerda. Havia até certo constrangimento de jovens que achavam confuso assumir posições socialistas ou comunistas, pois pertenciam a famílias de classe média que lutavam para pagar seus impostos, manter um nível de vida digna e patrocinando a nossa vida estudantil, repleta de orgias físicas e intelectuais sobre nosso mundo burguês.
Foi também nessa época que participamos diretamente da redemocratização do Brasil. De alguma forma: participando de passeatas ou trabalhando duro em escritórios alheios ou sonhando com terrenos repletos de casas construídas pelos nossos projetos ou sonhamos descobrir a fórmula mágica da administração pública e resolver os problemas da miséria, do analfabetismo, da falta de atendimento médico...
Pelas fotos, lembro-me dos nossos corpos esguios e havidos de pulsão de vida. Desafiando o espaço externo com nossos gritos de grandeza, de justiça, de igualdade.
Nessa época, uma vez, eu disse à Hélia que eu não me imaginava negando a preocupação da “luta” (segundo os integralistas brasileiros: a luta de classes não existe. (NT) Pois eles já venceram) pela igualdade social.
Participamos desse momento e todos tiveram oportunidade de optar pelo “modelo” de vida que também é o modelo de que tipo de representante nós queremos ver na televisão e falando em nosso nome!
Somos, hoje, senhoras e senhores, por volta de cinqüenta anos; pessoas que se estabeleceram como cidadãos desse nosso planeta, além de transcender o papel teatral/real de personagem filhos para personagem pais; de jovens para adultos; de sonhadores para executores.
Somos hoje representantes da estética vigente no mundo “globalizado” (ou escravos); somos, hoje, reprodutores do nosso destino para os nossos filhos (adereços de escola de samba cujo tema é renovar); somos o escândalo do nosso pensamento individual e egoísta. Ou não?
Pergunto-me: qual seria a minha urgência em acelerar o processo de humanização do mundo?
Será o meu processo a formula de humanizar o mundo?
Putz!!!
Olha o efeito que causa meia dúzia de fotos antigas.

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